Aquele domingo de sol fraco era proprício a caminhar, com mão no bolso e cigarro entre os dedos. Foi o que fez.
No quarto havia pilhas de apostilas e textos. Umas espalhadas e outras amontoadas pela cama, sofá e por aquela escrevaninha antiga e já defasada, presente no cômodo desde a sua infância.
Com todas aquelas coisas pra ler, com toda aquela coisa acadêmica e obrigações a cumprir, não achava ali nenhuma concentração. A cada junção de letra, na tentativa de formar uma única palavra, mergulhava nos seus pensamentos e se afogava na própria confusão.
Saiu e caminhou. Andava e procurava insistentemente nos rostos das pessoas um sorriso de satisfação, de prazer, ou qualquer outra sensação boa que, no momento ela não conseguia sentir.
Até achar dois sorrisos, um em cada rosto, e prender toda a concentração que achou por meia hora neles. Era um casal de velhinhos. Conversavam e riam e trocavam carinhos tímidos. Era aquele tipo de sorriso de satisfação, por ter vivido tudo o que viveu, por ter vivido ao lado de quem eles gostavam, amavam. Era um sorriso feito coisa de filme “água-com-açúcar”, no qual o casal enfrenta todas as dificuldades do mundo sentimental, familiar, financeiros e outros tantos problemas da vida e no fim de tudo sempre superam e vivem felizes para sempre.
Se isso existe hoje em dia? Ela não sabe responder. Só sabe que torçe realmente pra que isso não seja apenas coisa de filme.
Os velhinhos eram eu e o Edu,depois de alguns anos... hehe ;)
ResponderExcluirhauhauhau pode crer Amor = )
ResponderExcluiresse autoretrato! bem escrito.
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