domingo, 3 de outubro de 2010

Sentimentos vestidos


Era uma vez uma agonia. Constante e quase que mecâncica, presente e feminina. Dentro de um corpo pequeno, se fazia grande. Quase nunca saía pra dar uma volta, tampouco sabia o motivo de sua existência. Mas morava ali, dentro da menina.

Certo dia, em mais um de seus instantes filosóficos expressivos em rios e mais rios salgados, conhecera algo que nem todo mundo conhece. Que nem todo mundo reconhece e que às vezes mora tão próximo, mas não é visto.

Ela o avistara e então, logo de cara, sentira a dúvida, essas que todos têm no início. Passara-se um tempo, não muito longo, e soubera o que era de fato, soubera seu nome também. Uns o chamam de amor, outros o confundem com paixão. É, fato que eles se vestem bem parecido, têm quase o mesmo estilo, mas logo o tempo se encarrega em definir suas diferenças.

Aquele que conhecera naquele dia era a paixão. E sabe, a dona da agonia gostava bem desse, estranhamente se sentia confortável. Estranhamente sim, pois desde quando a instabilidade, alternância de sentimentos que a paixão proporciona é confortável? Enfim, a agonia e a dona dela se sentiam bem assim.

O tempo passara e a paixão se transformara em amor. Se, é possível? Alguns acham que sim e com a agonia não fora diferente. Era boa a compania da paixão transferida em amor. Era calmo, grato e bonito. Porém a agonia, que houvera então se tornado calmaria, tinha esquecido um detalhe que a maioria esquece. Talvez por que acha quase impossível acontecer naquele momento. Esquecera que às vezes o amor mente, engana, trapaceia. Se, é amor então assim? Ninguém sabe. Ele é tão grandioso em seu tamanho e tão vasto de sentimento que se torna coisa tão inexplicável que a ciência, dona de muita verdade, não consegue entendê-lo.

Depois de ter esquecido o detalhe, virara agonia outra vez. E continua vestida de agonia até hoje. Esperando reconhecer aquele outra vez, mas noutro lugar.

Um comentário:

  1. E você ainda diz que não escreve bem... acho que você está indo no caminho certo. gostei do texto.

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