“Pois é, como ia dizendo, eu não ando muito bem da minha sanidade, doutor.
Ando sentindo coisas.”
“Meu filho, o que tu sentes exatamente?
Quando essa pessoa vai falar contigo, teu coração bate forte?
Ficas nervoso?
Ficas feliz com coisa pouca?”
“Doutor, dificilmente eu falo com essa pessoa pelo telefone, mas quando eu vejo uma ligação dela perdida no meu celular eu quase morro. Certo dia eu tava assistindo a um filme e me desprendi por horas do meu celular [aliás, sempre o faço, não costumo andar com ele pra cima e pra baixo]. Enfim, o filme acabou e eu, como quem não queria nada, peguei o aparelho. Quando eu vi aquele nome ali, me senti euforicamente infantil, meu coração pulou e saiu pela boca, tomei um puta susto e quase eu o perco pelo chão.”
“Ah, é normal, até, meu filho. A infantilidade é um dos sintomas da Apaixonice, meu caro. E o coração costuma mesmo saltar fora.”
“Mas doutor, meu orgulho tá ferido, sabe?!
Ela nem quer saber de mim, finge até que eu não existo, e eu?
Eu sou um abestado, doutor. É. Um abestado-retardado-que-fica-esperando-um-sinal-qualquer!”
“Orgulho ferido, euforia e infantilidade... Hum, normal ainda assim.”
“E quando ela me deixa falando sozinho?
E mesmo assim eu corro atrás?
Ah, doutor, esqueci de mencionar: Eu não a conheço direito.”
“Não a conhece direito? Mas ficas eufórico quando ela liga, mesmo sendo pouquíssimas vezes? Corre atrás dela, mesmo sendo desprezado? Seu caso é um pouquinho mais grave, ó. Acho que você sofre de Paixoniteagudanãocorrespondida”
“[Puta merda]”
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